quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Barcelona 4x0 Ajax

Ontem aconteceu no Camp Nou a tão esperada estréia do Barcelona na Champions League 2013/2014. O clube catalão recebeu o Ajax, clube com o qual mantém um importante laço histórico, tendo praticamente "importado" sua filosofia atual do clube holandês, através de Cruyff. Hoje em dia o Ajax já não possui a força de outrora que o levou a ser um time dominante na Europa durante longo tempo, mas ainda é um adversário relativamente perigoso, como demonstrou a partir da segunda metade do primeiro tempo.

Tata Martino colocou o Barça em campo com: Victor Valdés, Daniel Alves, Mascherano, Piqué, Adriano, Busquets, Fàbregas, Iniesta, Alexis, Messi e Neymar, enquanto Frank de Boer, que já jogou nas duas equipes, escalou o Ajax com Vermeer, Van Rhijn, Moisander, Poulsen, Duarte, Sigthorsson, De Jong, Bojan, Boilesen, Blind, e Denswil.

Xavi havia sido titular no fim de semana contra o Sevilla, talvez daí venha a escolha de poupá-lo ontem, para não desgastar o meio-campista de 33 anos que na última temporada começou a sentir o peso da idade. Desde a saída de Thiago Alcântara, o time não tem outro jogador que possa cumprir apropriadamente a função de organizador de jogo, que orquestre a equipe desde a saída  de bola, passando pela distribuição no meio, controlando a forma de jogar do time e chegando à frente com passes e infiltrações. Assim sendo, não havia opção muito diferente de escalar Fàbregas e Iniesta, dois criadores de jogadas de ataque. Com essa configuração, o time ganha em verticalidade e objetividade, mas abdica de ter o controle e o ritmo da partida nas mãos.

O jogo começou com grande domínio de posse de bola (como usual) por parte do Barcelona, que por outro lado, não conseguia usar positivamente essa posse, já que errava muitos passes, encontrava um Ajax bastante recuado e contava com uma partida apagada de uma grande parte de seus jogadores: Messi, até então inoperante; Daniel Alves, Fàbregas e Iniesta errando os passes que tentavam, falhando em criar perigo; Neymar buscando jogadas objetivas, mas esbarrando no seu posicionamento excessivamente aberto (muito provavelmente por orientação do técnico) o que tornava mais difícil as suas ações; e Alexis Sánchez, também bastante aberto, mas sem buscar a diagonal, o que lhe deixava inefetivo, e  além disso errando algumas das ações que tentava.

Quando o quadro da partida começava a preocupar, o melhor do mundo começou a aparecer. Em um descida para o ataque relativamente perigosa por volta dos 21 minutos do primeiro tempo, Messi sofreu falta perto da área. Ele mesmo bateu, com maestria, do lado direito de Vermeer. A bola bateu na trave e entrou. 1x0.

Após isso, não houve saída para o Ajax a não ser se lançar à frente. Os holandeses erravam passes bisonhos, mas foram melhorando até chegar, ainda que sem levar perigo, à meta de Victor Valdés. Até o fim do primeiro tempo, a posse de bola tinha ficado mais equilibrada com as tentativas do Ajax (outra evidência da mudança gerada no time com a ausência de Xavi). O jogo melhorou, ainda que não necessariamente para o Barcelona.

O time veio para o segundo tempo com uma mudança: Alexis ficou no meio do ataque, invertendo a posição com Messi. Uma mudança bastante louvável para trazer variação à equipe, ainda que Messi, mesmo buscando a movimentação em direção ao gol e a flutuação, também tenha ficado muito aberto, e Alexis, apesar de ter feito bem o trabalho tático de ocupar a posição de "centroavante", prendendo a defesa, tenha perdido determinadas oportunidades que lhe apareceram, já que não é um bom finalizador e portanto não consegue cumprir tecnicamente essa função de modo adequado.

O Barcelona continuou sem absoluto domínio da posse, ainda que sendo consideravelmente melhor que o Ajax. Busquets deu um bom passe para Messi cortar a zaga e chutar no gol, fazendo o segundo aos 10 do segundo tempo. Então o Ajax começou a crescer. Duarte  foi o jogador que causou perigo mais vezes, em lances nos quais Victor Valdés deu conta do recado.

Aos 24 do segundo tempo, Neymar, após escanteio, deu um bom cruzamento pra Piqué ampliar, 3x0. Xavi entrou em campo aos 26, o que fez o time controlar a partida e crescer significantemente. Aos 30, em um lance onde Alexis se moveu para frente arrastando dois zagueiros e deixando mais espaço para Messi, o argentino chutou de frente pro gol para dar números finais: 4x0. Esta jogada mostrou como é importante que às vezes o time tenha uma referência na área para atrair defensores, deixando La Pulga mais livre de marcação. No fim do jogo, Mascherano derrubou Sigthorssen na área. Boilesen bateu no canto direito de Victor Valdés, coroando sua ótima fase com mais uma boa partida.

Em linhas gerais, o Barcelona, apesar do resultado, não jogou muito bem. Tranquiliza saber que Tata Martino sabe disso, como afirmou para a imprensa, e vai seguir trabalhando para que a equipe apresente mais controle e intensidade. Ainda há muito o que se fazer, mas não há motivo para desespero. O time ainda tem condições de ser melhor do que foi hoje. A próxima partida é contra o Rayo Vallecano, no sábado, fora de casa, pelo Espanhol.

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