sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Rayo Vallecano X Barcelona: A importância de rotacionar o elenco e os jogadores que precisam atuar

Depois de uma sequência de adversários como Málaga, Valencia, Sevilla e Ajax, o Barcelona vai amanhã a Madrid enfrentar uma equipe teoricamente menos qualificada: o Rayo Valecano. O jogo será às 15:00hs, horário de Brasília. Essa pode ser a hora correta para levar a campo uma equipe com mais das necessárias rotações.

É absolutamente necessário preservar jogadores. A marcação por pressão, felizmente readotada por Martino, tem a contrapartida de exigir muito fisicamente dos jogadores, que podem chegar à parte decisiva da temporada destruídos se não ganharem descanso adequado ao longo dela. Fora que a quantidade de partidas, o nível dos adversários,  as viagens e etc. por si só já são deveras desgastantes. Outra necessidade importante é a de criar opções para a equipe. Mesmo quando se encontra a melhor formação e escalação para o time jogar, essa não deve ser a única: a equipe precisa de alternativas para não ficar previsível perante os adversários. Mudar peças é um fator preponderante no futebol, que também é um jogo de estratégia.

Como os últimos adversário foram duros, Tata Martino esteve limitado para modificar o time, escalando a equipe com uma ou outra mudança para o usual. E geralmente essas mudanças consistiam em jogadores que teoricamente são "reservas" mas que costumam aparecer com demasiada frequência entre os 11 titulares, como Fàbregas, Adriano e Pedro. Mas o elenco também possui outros jogadores qualificados, criados na base do clube e que precisam jogar sobretudo para que desenvolvam o seu potencial.

O lateral direito Martín Montoya surpreendentemente ainda não entrou em campo em partidas oficiais nessa temporada. Apesar de também preterido por Tito Vilanova na temporada passada, o canterano quando entrava sempre mostrava mais futebol que o titular da posição, Daniel Alves, acertando muito mais quando chegava à frente e  guarnecendo melhor a retaguarda. Essa proteção à defesa viria muito a calhar, pois com a mudança de Abidal para Jordi Alba, um lateral defensivo, por outro ofensivo, a defesa ficou muito exposta. Montoya poderia equilibrar melhor as subidas com Jordi Alba para não deixar a desefa fragilizada. ele teve oportunidade de entrar em duas partidas na temporada passada contra o Real Madrid e foi muito bem. Como o lateral só tem contrato até o meio de 2014, começam a preocupar os rumores de que ele poderia sair até de graça devido à falta de minutos.

O zagueiro Marc Bartra estreou na temporada contra o Ajax, mas teve um 2012-2013 de pouquíssimos minutos em campo. Nas primeiras oportunidades que recebeu, correspondeu, como no jogo da Champions League passada contra o Celtic pela fase de grupos no Camp Nou. Nessa partida Bartra deu conta do recado quando foi exigido atrás, saiu pro jogo com propriedade e até subiu ao ataque com consciência. Mostrou um estilo de jogo muito parecido como o de Gerard Piqué. No entanto, Bartra foi esquecido no banco, mesmo com as constantes lesões de Carles Puyol. O resultado foi ter voltado a campo por obrigação apenas nas partidas finais da temporada, sem ritmo e sem confiança. O resultado foi uma partida muito ruim contra o Bayern na Alemanha, o que infelizmente manchou a sua imagem.

O meio-campista Sergi Roberto é recém-promovido do time B. Aponta-se ele como reposição para Thiago Alcântara, que foi ao Bayern de Munique. Sergi tem bastante qualidade técnica e perspectiva de futuro, embora não tanto quanto Thiago. Além do mais, são estilos diferentes: Thiago, como organizador de jogo, se preparava para herdar a posição de Xavi, enquanto Sergi tem um estilo mais próximo do de Fàbregas, criando jogadas ofensivas e chegando à frente. O fato é que até agora Sergi pouco jogou na temporada e precisa de minutos em campo para desenvolver seu futebol. Pode vir a se tornar um excelente jogador de rotação, e é interessante que se experimente ele fazendo a função do Xavi.

Jonatan dos Santos foi o que menos jogou na temporada passada e o que menos deve jogar nessa também. Sua perspectiva de ser uma opção recorrente no meio foi minguada em 2012 com a contratação de Alex Song. Seu empréstimo foi proposto por Tito Vilanova no ano passado e neste, mas o jogador insistiu em ficar. Tata Martino aceitou que ele ficasse, muito provavelmente por que queria conhecer o futebol do jogador antes de tirar conclusões sobre ele. Segundo o Migeru, taticamente, o mexicano é o que há de mais parecido com Xavi, mas deve muito no aspecto técnico para as outras opções do elenco.

O atacante Cristian Tello é outro injustiçado. Enquanto Pedro, Alexis e Villa viviam fases ruins na temporada passada, Tello sempre que aparecia jogava bem e marcava gols. O problema era quando aparecia (muito pouco). Em campo, apresenta estilo parecido com o de Arjen Robben, ainda que jogando na esquerda e sendo destro, ao contrário do holandês: velocidade, corte pra dentro e chute colocado. Jogou na ponta direita contra o Sevilla, o que pode justificar sua má atuação naquela partida, mas terá de melhorar ali para conseguir mais minutos em campo já que Neymar a partir de agora deve reinar na esquerda.

Particularmente, eu levaria a campo um time com Victor Valdés, Montoya, Mascherano, Bartra, Adriano, Busquets (ou Song), Sergi Roberto, Fàbregas, Pedro, Messi e Tello. Substituiria Mascherano por Piqué e Messi por Neymar no segundo tempo. Há um risco, certamente, já que um tropeço contra o Rayo pode significar muito na briga pela ponta com o Real Madrid. Risco esse que deve ser posto na balança com os malefícios de escalar sempre os mesmos jogadores. O risco certamente pesará menos, além do mais, a rotação acaba se revelando muito melhor a longo prazo.

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